Após a escolha do nome, o próximo passo foi a elaboração de uma imagem que representasse esse nome, um símbolo. 

Expressado pela silhueta de um meditador sob o Portal de Torii, o símbolo é rico em significado e associa artes marciais e autoconhecimento.

O processo de desenvolvimento ocorreu naturalmente, e a manifestação se deu através de uma sintonia fina entre a minha intuição e a arte do meu amigo meditador e ilustrador, Mário Níveo.

O símbolo é um elemento essencial e representa fielmente a essência do Zen Dojo.

Portal de Torii

O Portal de Torii é um importante símbolo do xintoísmo, a religião nativa do Japão. Ele indica a entrada de um local sagrado. Devido ao sincretismo religioso, também pode ser encontrado nos templos budistas nipônicos.

Simbolicamente, o portal representa a transição entre dois mundos: o material e o espiritual. Quando se passa pelo portal, está se adentrando a um outro mundo. Em nosso símbolo, o portal representa o dōjō. De maneira similar, quando adentramos em um dojo e vestimos o keikogi, a nossa armadura, a magia acontece e somos transportados para um outro mundo.

O Torii é um símbolo familiar para os praticantes de artes marciais nipônicas, pois, é frequentemente encontrado na maioria dos kamidama (altares) presentes nos dojos tradicionais.

Meditador

O meditador simboliza o zen. O símbolo remete ao centramento, estabilidade, concentração, autoconhecimento, domínio de si. Representa o homem em busca da sua essência e autorrealização.

Raios Dourados 

Os raios dourados representam a energia vital que permeia o cosmos e anima os seres vivos.

Na filosofia do Yoga, essa energia é conhecida como prāna, uma força sutil e invisível que flui através canais de energia do corpo, chamados nādīs. Esses canais estão conectados aos sete principais centros de energia, os cakras, que controlam o fluxo do prāna e manifestam essa energia no corpo físico. As práticas do Yoga estão relacionadas à assimilação e estabilização do prāna para promover a saúde e o bem-estar físico, mental e espiritual.

No Taoismo, os chineses chamam essa força primordial de ch'i e os canais sutis de energia de meridianos. 

No Japão, o termo ch’i, foi transliterado como ki e é considerado uma fonte de poder e força que pode ser cultivada e canalizada para melhorar o desempenho físico e mental. As artes marciais japonesas têm uma íntima relação com a manipulação do ki e incorporam exercícios de respiração, meditação e movimento para cultivar e canalizar essa energia. O aumento do fluxo de ki no corpo melhora a força, flexibilidade, equilíbrio, coordenação e consciência corporal.

O Estilo da Fonte

Essa fonte é verdadeiramente única e foi criada especialmente para o Zen Dojo.  O estilo foi inspirado no alfabeto original do sânscrito, o devanāgarī, conhecido como "a escrita da cidade dos deuses". 

O sânscrito é tido como a mãe de todas as línguas, a língua perfeita que invoca a vibração espiritual do que se fala. É a língua dos deuses, dos sábios da Índia antiga, a língua do Yoga.

Thiago Caitanya